A Imperatriz da Seda
"A jovem monja Manakunda, antes daquela famosa cerimónia nocturna, nunca vira um sexo de homem erecto.
Não sem apreensão, descobrira aquela arma de formas suaves, aquele punhal cuja ponta arredondada, lisa e rosa, se erguera diante dos seus olhos, qual cobra naga, quando a serpente se põe a dançar em frente da flauta do seu encantador.
Assustada, fechara os olhos, ao mesmo tempo que o odor do incenso que enchia a atmosfera lhe subia à cabeça, apagando progressivamente qualquer noção de tempo e de espaço.
Fora então que sentira qualquer coisa quente a aflorar-lhe o ventre.
Manakunda compreendera que se tratava do punhal de carne que o homem tinha nas mãos e que agora utilizava como um estilete para escrever.
Exactamente, o estilete de carne traçava-lhe no ventre caracteres sânscritos. Concentrando-se no traço para o visualizar, a jovem constatou que o homem acabava de lhe escrever no ventre a palavra bodhi."
Em O Tecto do Mundo, A Imperatriz da Seda, José Frèches
1 Comments:
I love the song playing in the background. My new favorite song. =)
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