sexta-feira, janeiro 27, 2006

Uma mão no ombro

Ia a caminho de casa, parei e olhei o céu... Azul, azul... Olhei em redor. Os prédios, iguais a sempre pareciam agora mais diferentes que nunca... Senti uma mão no ombro. Virei-me. Eras tu, a sorrir, a sorrir... Esqueci-me das horas, disse. Desculpa. E olhei o céu de novo... Continuava azul...

Lia um livro, sentada num vão de escada, resguardada do calor da rua... Era um policial fantástico, daqueles que prendem da primeira à última página... Mal o conseguia largar... Ali, no silêncio fresco daquele prédio antigo, entrei no livro absorvendo as palavras mais fugazmente que o próprio ar que respiro.

O azul do céu continuava inalterável... Sentia uma brisa fresca de início de inverno, como uma brisa glaciar que acordava os sentidos. Mantinhas-te imóvel com a mão no meu ombro, desculpa, repeti. Sorrias... As pessoas passavam por nós como se não existissemos... E tu sorrias. Tens razão, respondi. Sorri-te de volta, finalmente...