segunda-feira, novembro 28, 2005
"O meu pai ficou mudo de espanto. Começou a fazer cálculos com uma lapiseira no guardanapo.
- 52 cartas são 52 semanas. São precisamente 364 dias. Logo treze meses de 28 dias perfazem também 364. Em ambos os casos há a diferença de um dia...
- É o Dia do Joker - disse eu."
in O Mistério do Jogo das Paciências, Jostein Gaarder
sexta-feira, novembro 25, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
segunda-feira, novembro 21, 2005
sexta-feira, novembro 18, 2005
Merecido descanço
Depois de uma manhã de aulas (secantes, diga-se de passagem), fazer 350 km numa ida ao alentejo só para entregar umas chaves... hum.... Mas nem tudo ficou perdido, fiz um desvio, fui até à praia, vi o pôr do sol... ouvi o mar, senti o ar carregado de sal a bater-me na cara e o cheiro a maresia... E quando já me vinha embora, olhei para o chão e vi! Apanhei e trouxe as 3 pedras. Agora andam comigo no carro.
Bom fim de semana a todos.
Bom fim de semana a todos.
Bom dia!

É um café cheio e um croissant com queijo se faz favor.... Mais alguém quer tomar o pequeno almoço?
Estava a dormir na minha cama quando vieste sem avisar e me acordaste... Trazias comida, nem pensei como terias entrado. Lembro-me que comi sem saber o quê e sem sequer olhar... Só olhava para ti, e tu estavas bem na minha frente, por cima dos lençois... acabei de comer, puseste o tabuleiro no chão e entraste na minha cama, pequena... Agarraste-me como sempre fizeste e eu acordei.
quinta-feira, novembro 17, 2005
A cigana
Abri os olhos. Olhei ao meu redor a tentar localizar-me... sentia-me atordoado. Não reconheci ninguém, só via caras estranhas, fumo, barulho, agitação. Olhei outra e outra vez e nada... Vi uma carroça, velha, quase parecia abandonada, mas tinha um encanto inexplicável. Dirigi-me a ela, parecia vazia, mas ao aproximar-me percebi que não era só uma velha carroça de feira, mas sim a casa de alguém. Olhei a porta, subi 3 degraus e entrei.
Prontos? Agora! Vuuummmmm.... e sairam pelo ar, as vozes gritavam mais de perto ou de longe conforme subiam e desciam. Aquela era a atracção principal da feira, chamam-lhe o Meteorito, e levava 2 pessoas pelo ar numa bola de aros metálicos presos por 2 elásticos a 2 hastes. Quem controlava toda aquela emoção era uma bela cigana, pouco mais velha que eu. Tinha um cabelo negro, comprido que lhe caía pelas costas, sedoso e brilhante. Ela tinha uma presença indescritível, podia ficar eternamente a olhá-la...
Vais a seguir? Perguntou-me. Vou! Sentei-me na cadeira da esquerda e deixei-a apertar-me todos aqueles cintos de segurança... tinha um cheiro adoçicado que me abraçava cada vez que passava perto de mim. Vem comigo! Pedi-lhe... Olhou-me e sentou-se a meu lado. Pronto? Agora!
E fomos lançados pelo ar a uma velocidade impressionante, em direcção a lua se não estivessemos presos. Começamos a abrandar à medida que os elásticos esticavam para nos trazer de volta a terra. Parámos um momento antes de descermos, como se o tempo congela-se na espectativa da descida, para apreciar a altura, uma benesse das leis da física antes de mudarmos de sentido, para nos deixar sonhar. Sentimos então a força da gravidade, aquela que nos puxa para a terra como se nos quisesse lembrar que podemos sair mas temos sempre de voltar. Puxa-nos como uma velocidade igualmente impressionante, uma força, uma saudade... e a medida que o chão se aproxima, pondero se vamos parar a tempo. Voltamos a subir, voltámos a descer.
Finalmente parámos, reparei que tinha a minha mão na dela. Larguei assim que me apercebi, ela apenas sorriu. Soltou-me, sai da cadeira ainda de pernas bambas com a adrenalina, estava novamente na velha carroça, agora sabia que era dela. Dirigi-me para a porta. Parei a um passo e olhei para trás, olhei para ela. Tinha uns olhos verdes, lindos, cor de esmeralda. Nunca antes tinha sentido uma vontade tão grande de querer alguém, como naquele momento.
Virei as costas e saí da carroça.
Prontos? Agora! Vuuummmmm.... e sairam pelo ar, as vozes gritavam mais de perto ou de longe conforme subiam e desciam. Aquela era a atracção principal da feira, chamam-lhe o Meteorito, e levava 2 pessoas pelo ar numa bola de aros metálicos presos por 2 elásticos a 2 hastes. Quem controlava toda aquela emoção era uma bela cigana, pouco mais velha que eu. Tinha um cabelo negro, comprido que lhe caía pelas costas, sedoso e brilhante. Ela tinha uma presença indescritível, podia ficar eternamente a olhá-la...
Vais a seguir? Perguntou-me. Vou! Sentei-me na cadeira da esquerda e deixei-a apertar-me todos aqueles cintos de segurança... tinha um cheiro adoçicado que me abraçava cada vez que passava perto de mim. Vem comigo! Pedi-lhe... Olhou-me e sentou-se a meu lado. Pronto? Agora!
E fomos lançados pelo ar a uma velocidade impressionante, em direcção a lua se não estivessemos presos. Começamos a abrandar à medida que os elásticos esticavam para nos trazer de volta a terra. Parámos um momento antes de descermos, como se o tempo congela-se na espectativa da descida, para apreciar a altura, uma benesse das leis da física antes de mudarmos de sentido, para nos deixar sonhar. Sentimos então a força da gravidade, aquela que nos puxa para a terra como se nos quisesse lembrar que podemos sair mas temos sempre de voltar. Puxa-nos como uma velocidade igualmente impressionante, uma força, uma saudade... e a medida que o chão se aproxima, pondero se vamos parar a tempo. Voltamos a subir, voltámos a descer.
Finalmente parámos, reparei que tinha a minha mão na dela. Larguei assim que me apercebi, ela apenas sorriu. Soltou-me, sai da cadeira ainda de pernas bambas com a adrenalina, estava novamente na velha carroça, agora sabia que era dela. Dirigi-me para a porta. Parei a um passo e olhei para trás, olhei para ela. Tinha uns olhos verdes, lindos, cor de esmeralda. Nunca antes tinha sentido uma vontade tão grande de querer alguém, como naquele momento.
Virei as costas e saí da carroça.
quarta-feira, novembro 16, 2005
Mais uma do KingKard
Mais um dia de sessão dupla de cinema.
Dois filmes bem distintos, um épico herói, Zorro e sua bela familia, e um drama português, Alice que necessita um estado de espirito proprio. Ambos estavam na lista de filmes a ver, feliz por mais dois ticks...
Conclusões a tirar:
- Os telefones publicos pagam sempre pela raiva alheia;
- O herói nunca morre, mesmo quando tem uma faca na garganta;
- As mulheres dos herois são sempre lindas;
- Num drama todos tem olheiras;
- E como é que um cavalo corre mais depressa que um comboio em alta velocidade?
Ainda assim, não deixem de ver o Alice, pelo cinema português e "...pela importância da esperança". Quanto ao Zorro é mais um passar de tempo, para quem não tem mais nada que fazer e principalmente se for um KingKard addict!
terça-feira, novembro 15, 2005
I'm the one who's on the other side of the world
"Over the sea and far awayShe's waiting like an iceberg
Waiting to change
But she's cold inside
She wants to be like the water
All the muscles tighten in her face
Buries her soul in one embrace
They're one and the same
Just like water
The fire fades away
Most of everyday
Is full of tired excuses
But it's to hard to say
I wish it were simple
But we give up easily
You're close enough to see that
You're the other side of the world to me
On comes the panic light
Holding on with fingers and feelings alike
But the time has come
To move along
The fire fades away
Most of everyday
Is full of tired excuses
But it's to hard to say
I wish it were simple
But we give up easily
You're close enough to see that
You're the other side of the world
Can you help me
Can you let me go
And can you still love me
When you can't see me anymore
The fire fades away
Most of everyday
Is full of tired excuses
But it's to hard to say
I wish it were simple
But we give up easily
You're close enough to see that
You're the other side of the world
You're the other side of the world
You're the other side of the world to me "
KT Tundstall - On the other side of the world
segunda-feira, novembro 14, 2005
A Imperatriz da Seda
"A jovem monja Manakunda, antes daquela famosa cerimónia nocturna, nunca vira um sexo de homem erecto.
Não sem apreensão, descobrira aquela arma de formas suaves, aquele punhal cuja ponta arredondada, lisa e rosa, se erguera diante dos seus olhos, qual cobra naga, quando a serpente se põe a dançar em frente da flauta do seu encantador.
Assustada, fechara os olhos, ao mesmo tempo que o odor do incenso que enchia a atmosfera lhe subia à cabeça, apagando progressivamente qualquer noção de tempo e de espaço.
Fora então que sentira qualquer coisa quente a aflorar-lhe o ventre.
Manakunda compreendera que se tratava do punhal de carne que o homem tinha nas mãos e que agora utilizava como um estilete para escrever.
Exactamente, o estilete de carne traçava-lhe no ventre caracteres sânscritos. Concentrando-se no traço para o visualizar, a jovem constatou que o homem acabava de lhe escrever no ventre a palavra bodhi."
Em O Tecto do Mundo, A Imperatriz da Seda, José Frèches