A cigana
Abri os olhos. Olhei ao meu redor a tentar localizar-me... sentia-me atordoado. Não reconheci ninguém, só via caras estranhas, fumo, barulho, agitação. Olhei outra e outra vez e nada... Vi uma carroça, velha, quase parecia abandonada, mas tinha um encanto inexplicável. Dirigi-me a ela, parecia vazia, mas ao aproximar-me percebi que não era só uma velha carroça de feira, mas sim a casa de alguém. Olhei a porta, subi 3 degraus e entrei.
Prontos? Agora! Vuuummmmm.... e sairam pelo ar, as vozes gritavam mais de perto ou de longe conforme subiam e desciam. Aquela era a atracção principal da feira, chamam-lhe o Meteorito, e levava 2 pessoas pelo ar numa bola de aros metálicos presos por 2 elásticos a 2 hastes. Quem controlava toda aquela emoção era uma bela cigana, pouco mais velha que eu. Tinha um cabelo negro, comprido que lhe caía pelas costas, sedoso e brilhante. Ela tinha uma presença indescritível, podia ficar eternamente a olhá-la...
Vais a seguir? Perguntou-me. Vou! Sentei-me na cadeira da esquerda e deixei-a apertar-me todos aqueles cintos de segurança... tinha um cheiro adoçicado que me abraçava cada vez que passava perto de mim. Vem comigo! Pedi-lhe... Olhou-me e sentou-se a meu lado. Pronto? Agora!
E fomos lançados pelo ar a uma velocidade impressionante, em direcção a lua se não estivessemos presos. Começamos a abrandar à medida que os elásticos esticavam para nos trazer de volta a terra. Parámos um momento antes de descermos, como se o tempo congela-se na espectativa da descida, para apreciar a altura, uma benesse das leis da física antes de mudarmos de sentido, para nos deixar sonhar. Sentimos então a força da gravidade, aquela que nos puxa para a terra como se nos quisesse lembrar que podemos sair mas temos sempre de voltar. Puxa-nos como uma velocidade igualmente impressionante, uma força, uma saudade... e a medida que o chão se aproxima, pondero se vamos parar a tempo. Voltamos a subir, voltámos a descer.
Finalmente parámos, reparei que tinha a minha mão na dela. Larguei assim que me apercebi, ela apenas sorriu. Soltou-me, sai da cadeira ainda de pernas bambas com a adrenalina, estava novamente na velha carroça, agora sabia que era dela. Dirigi-me para a porta. Parei a um passo e olhei para trás, olhei para ela. Tinha uns olhos verdes, lindos, cor de esmeralda. Nunca antes tinha sentido uma vontade tão grande de querer alguém, como naquele momento.
Virei as costas e saí da carroça.
Prontos? Agora! Vuuummmmm.... e sairam pelo ar, as vozes gritavam mais de perto ou de longe conforme subiam e desciam. Aquela era a atracção principal da feira, chamam-lhe o Meteorito, e levava 2 pessoas pelo ar numa bola de aros metálicos presos por 2 elásticos a 2 hastes. Quem controlava toda aquela emoção era uma bela cigana, pouco mais velha que eu. Tinha um cabelo negro, comprido que lhe caía pelas costas, sedoso e brilhante. Ela tinha uma presença indescritível, podia ficar eternamente a olhá-la...
Vais a seguir? Perguntou-me. Vou! Sentei-me na cadeira da esquerda e deixei-a apertar-me todos aqueles cintos de segurança... tinha um cheiro adoçicado que me abraçava cada vez que passava perto de mim. Vem comigo! Pedi-lhe... Olhou-me e sentou-se a meu lado. Pronto? Agora!
E fomos lançados pelo ar a uma velocidade impressionante, em direcção a lua se não estivessemos presos. Começamos a abrandar à medida que os elásticos esticavam para nos trazer de volta a terra. Parámos um momento antes de descermos, como se o tempo congela-se na espectativa da descida, para apreciar a altura, uma benesse das leis da física antes de mudarmos de sentido, para nos deixar sonhar. Sentimos então a força da gravidade, aquela que nos puxa para a terra como se nos quisesse lembrar que podemos sair mas temos sempre de voltar. Puxa-nos como uma velocidade igualmente impressionante, uma força, uma saudade... e a medida que o chão se aproxima, pondero se vamos parar a tempo. Voltamos a subir, voltámos a descer.
Finalmente parámos, reparei que tinha a minha mão na dela. Larguei assim que me apercebi, ela apenas sorriu. Soltou-me, sai da cadeira ainda de pernas bambas com a adrenalina, estava novamente na velha carroça, agora sabia que era dela. Dirigi-me para a porta. Parei a um passo e olhei para trás, olhei para ela. Tinha uns olhos verdes, lindos, cor de esmeralda. Nunca antes tinha sentido uma vontade tão grande de querer alguém, como naquele momento.
Virei as costas e saí da carroça.
2 Comments:
Onde está a Odete?
Não está. Foi comprar cigarros...
Enviar um comentário
<< Home